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A Inglaterra de William Blake

Enquanto a Europa Continental era varrida em todos seus países pelo tsunami Napoleão Bonaparte, a Inglaterra, naturalmente isolada do resto do mundo por ser uma ilha, mantinha-se incólume e não aceitava nem reconhecia como soberano o audaz Corso. A época é de grandes tumultos políticos, com monarcas sendo destronados e novos governos sendo instaurados com constituição e código civil - o que era uma incrível novidade na Europa! Os ventos que sopram por ali trazem inquietação e novas idéias. É um vento fértil. Porém a Inglaterra mantinha-se obstinadamente monarquista, com seu parlamento e suas sólidas leis imutáveis...

Nasce neste cenário, em Londres, o gênio visionário de William Blake, a 27 de novembro de 1757. Passou seus 70 anos de vida imerso nas fortíssimas transformações de seu tempo. Imerso, mas não "mergulhado": sua genialidade fazia-o pairar sobre tudo e todos, sendo em última análise ele e sua obra algo inteiramente atemporal!
Tinha uma fisionomia benévola. Olhos grandes, claros e puros, muito sonhadores. Seu talento para a pintura manifesta-se cedo. Ele é também poeta, e vem a fazer um tipo de arte sui-generis: ilustra seus próprios poemas, "iluminando-as" com gravuras maravilhosas, minuciosamente retocadas. Após a impressão eram aquareladas e enriquecidas com bicode- pena. Ninguém até hoje conhece exatamente todas as etapas utilizadas na confecção de suas pinturasimagens. Parece magia!

Atualmente a obra de William Blake é objeto de exposições grandiosas nos mais prestigiados museus do mundo, como o Metropolitan de Nova York ( junto com o Getty, é talvez o mais rico museu do planeta, em matéria tanto de acervo quanto de recursos para aquisição, curadoria e conservação). Blake hoje é "cult", é amado por todos os new-agers, idolatrado por admiradores fiéis. Mas quando vivo o artista lutou arduamente para sobreviver, não foi bem compreendido por ninguém, pulava de emprego em emprego e tinha de aceitar encomendas de qualquer tipo para conseguir ser pago. Era um ilustrador de livros da promissora indústria gráfica britânica, a qual necessitava de artistas com capacidade "narrativa" em seus quadros. Blake possuía este talento abundantemente. O que ele fazia, na verdade era "too good". Era também "too much"...

De livro em livro vai William Blake sobrevivendo. Ilustra obras de John Milton (Paraíso Perdido), Dante Alighieri (Divina Comédia) e a própria Bíblia. Algumas peças de Shakespeare também recebem suas magníficas interpretações pictóricas. Hoje cada um destes livros vale milhares de dólares graças às páginas decoradas por Blake. Quanto às pranchas originais - bem, aí já se fala em milhões de dólares, cinco dígitos.

E no entanto na sua vida cotidiana tudo era dificuldade. Exceto no amor! Ele teve a boa fortuna de casar-se com a amável e devotada Catherine Boucher, com quem viveu em perfeito entendimento. Ambos completavamse harmoniosamente. Blake ensinou-a a ler e escrever fazendo dela sua grande auxiliar nas técnicas elaboradas que usava nas gravuras, chamadas por ele de "gravuras iluminadas". E que luz!!

O torrencial talento de William Blake cai naquela categoria dos que só vêm a ser plenamente apreciados muito tempo depois da época em que eclodem. O poeta-pintor do século XVIII levou mais de 200 anos para ser plenamente metabolizado. Suas imagens transcendentais de anjos, demônios, deuses; das paisagens infernais, purgatoriais e celestiais estonteantes estão hoje totalmente à vontade na psicologia contemporânea. Um gênio absoluto, tão vigoroso e original em sua arte quanto era puro e singelo em sua existência particular. A luz que "salta" e se irradia de suas gravuras reproduzidas hoje em qualquer periódico penetra em nossas mentes de um modo tão eficiente que a palavra "pop" de repente ganha novo significado! Na Europa Continental grassava uma conflagração bélica. Na mente privilegiada de Blake, o Céu e a Terra se casavam e se faziam ver em imagens absolutamente extraordinárias.

1. Trabalho e sua família
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4. Beatrice ousa falar dela para Dante.


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