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Portugal dos Cavaleiros Templários

Desde seu nascimento Portugal lutou muito para existir, enquanto país soberano, contra dois duros adversários: os mouros islamitas vindos do norte da África, que engoliam a Península Ibérica pelas bordas, - e a poderosa Espanha (o Reino de Castela, como era chamada então) - da qual Portugal fora desmembrado como dote de casamento.

O "Condado de Portucale" , umas terras da Galícia espanhola, foi dado como presente de casamento ao conde francês Henrique de Borgonha, bisneto do Rei da França. Este "primeiro dono" de Portugal esposou a princesa real Dona Tereza, filha do poderoso Dom Afonso VI de Castela, León e Galiza. Ganhou o francês, de fato, um presentão do sogro !
Não demorou muito (em termos medievais...) e o Condado Portucalense deixa de ser mero apêndice da Espanha para tornar-se um estado soberano com dinastia real própria, fronteiras bem delineadas, claras divisões administrativas , exército leal ao rei, reconhecimento e apoio do Santo Papa, moeda cunhada , e - orgulho supremo dos nativos ( e nosso !! Até hoje !) - um idioma nacional com características distintivas o qual geraria futuramente vasto tesouro literário para o qual contribuiriam gênios como Luís de Camões, Antero de Quental, Camilo Castelo Branco, Eça de Queiroz e muitos, muitos outros. Uma língua latina sonora, bela, cálida, expressiva, repleta de aberturas para acquisições e anexações, rica em metáforas, ironias e gírias que "dizem tudo"... A primeira crônica escrita pelos portugueses sobre o Brasil (a célebre carta de Pero Vaz de Caminha) é um exemplo das maravilhas de que o idioma português é capaz de "desenhar" em mãos hábeis, com mentes observadoras.

Mas há um capítulo na extensa e aguerrida História de Portugal que é pouco conhecida dos brasileiros. Em certa época existiram na Europa os lendários Cavaleiros da Ordem do Templo - os Templários. Eram os Templários uma Ordem de Cavalaria de elite, tendo seus altos escalões preenchidos pela fina-flor da aristocracia européia. Haviam participado das Cruzadas em Jerusalém e data dessa época a iniciativa que tiveram de estabelecer uma rota segura para todos os que desejassem peregrinar até a Terra Santa. Criaram uma forma de carta-de-crédito - o primeiro cheque de que se tem notícia ! - que podia ser compensada em cidade diferente daquela onde o dinheiro estava depositado. Construíram fortalezas, castelos e hospitais para si mesmos aqui, ali e acolá nestas longas jornadas e remotas paragens. Eram práticos, eram incansáveis. E eram místicos. Fervorosos cristãos.
Vestiam um manto branco sobre a armadura metálica. No manto, bordada estava a grande cruz templária, vermelha como o sangue do Cristo. Assim espalhava-se pela Idade Média esta organização prestigiosíssima e prestigiadíssima. Até...que...

Bem, um dia... Caiu.

E caiu mesmo, em desgraça. O problema foi na França. Cabeças rolaram. O superior dos Templários, o célebre Jacques de Molay, foi acusado de inúmeros delitos, ele e os superiores da Ordem. Cabeças, na verdade, foram degoladas...De Molay foi queimado na fogueira. Muitos templários conseguiram fugir para países vizinhos onde uniram-se às ordens de cavalaria existentes.
Em Portugal o Rei Dom Dinis (1261-1325) foi compreensivo, astuto, e piedoso. Acolheu os templários que quisessem submeter-se a ele (rei). Eximiu-os de qualquer culpa e reergueu a Ordem em Portugal alegando que ali, naquele reino, não haviam cometido qualquer infração. Criou um novo nome, contudo, para que se "esquecesse" o passado mas com o qual os cavaleiros "revivessem e prosseguissem" todos os ideais templários. Estava criada a Ordem de Cristo!!

A nobre, ilustre, disciplinada confraria místico-católica que haveria de dar um impulso EXTRAORDINÁRIO ao pequeno país, inaugurando a Era das Navegações.
Os ex-templários, agora Cavaleiros da Ordem de Cristo, estabeleceram escolas náuticas e construíram estaleiros; sigilosamente confeccionavam mapas geográficos e náuticos, com correntes marinhas , ilhas, ilhotas e abrolhos; estudavam a navegação pelos astros, os ventos, a atmosfera, e a manobrabilidade das velas; estipulavam como deviam ser construídos cais e ancoradouros; compilaram o que hoje se chamaria uma minuciosa oceanografia. Sempre almejando derrotar os mouros, sempre muito práticos e realistas com dinheiro e comércio, eram uns guerreiros- monges sui-generis.

Portugal vive assim dois séculos (1400 a 1600) mergulhado em febril projeto de expansão. Conquista praças e mais praças em África, ali fincando fortes e postos avançados para comércio e catequese. Brancas igrejinhas são construídas nos píncaros dos morros para serem enxergadas lá de longe, no oceano... colônias nascem. Nos alvores do século XVII Portugal é o quinto país mais poderoso do mundo. Entre suas fenomenais riquezas estão, ora vejam vocês, a perder de vista...umas terras abaixo do equador, umas matas muito verdes cheias de araras e papagaios sob as estrelas límpidas do Cruzeiro do Sul - ora, não é que é o Brasil ?!

Pedro Álvares Cabral era um nobilíssimo Cavaleiro da Ordem de Cristo. Um Templário ! Quando chegou ao Brasil e desceu nas praias da Bahia trazia em suas mãos em gesto reverente a bandeira da Ordem, que foi hasteada na praia. Não a bandeira do Reino de Portugal, - mas a da Ordem de Cristo. Ah, o resto é História. Dizem, até, que a Ordem foi tão poderosa em Portugal, mas tão poderosa,...que era dita "um país dentro de outro país"... Ah, os Templários ! Quanta lenda. Quanta beleza...quanta sabedoria, em matéria de se renovar e sobreviver !

 

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